terça-feira, 19 de abril de 2011

Ad infinitum (Até o infinito)

Vivo os dissabores da minha vida.
Esperança:algo fictício a que me apego,
para todo dia ressucitar.
E como já dizia a grande poetisa:como odeio a luz do sol,
que revela até o possível.
Morte:como posso abraça-la,
pois o que me prometes
é a incapacidade de expressar minha dor
Ad infinitum.
Sinto que a voluntária degeneração sefaz possível,
pois a perspectiva do fim,
que por enquanto não me exige,
não passa de uam ocasião ainda remota.
Será então que entendi a vida como uma contínua
e dedicada preparação para a morte?

Jorge Trindade

Adeus,Meus Sonhos!


Álvares de Azevedo

Adeus,meus sonhos,eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade.

Misérrimo!voltei meus pobres dias
A sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
com um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta meu Deus?morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
já que não levo no meu peito morto
um punhado sequer de murchas flores!